RESENHA  
DOI 10.36638/1981-061X.2022.27.2.696  
RESENHA  
Os porquês de “Por que Lukács?”  
Gabriella Segantini*  
TERTULIAN, Nicolas. Por que Lukács?. Tradução de Juarez Torres Duayer; revisão  
técnica de Ester Vaisman. São Paulo: Editora Boitempo, 2023. 351 p.  
Em “Por que Lukács?”, Nicolas Tertulian nos oferece, a partir de sua autobiografia  
intelectual, fundamental estudo retrospectivo de sua frutífera relação com a obra e o  
pensamento do filósofo húngaro György Lukács. O livro trata em toda sua extensão  
dessa provocativa questão que lhe dá nome: “por que Lukács?”, esclarecendo ao leitor  
as razões pelas quais Tertulian se dedicou tanto à obra e ao pensamento de Lukács,  
trabalhando arduamente em prol de sua divulgação, bem como da recuperação de  
Lukács e sua filosofia do ostracismo intelectual do qual foi alvo nos países do Leste  
Europeu. Por que Lukács? dedica-se também à recuperação das razões pelas quais a  
obra de Lukács ocuparia (e ainda ocupa) lugar de relevância no contexto do marxismo,  
oferecendo-nos um poderoso antídoto contra a degeneração e vulgarização sofrida  
pelo marxismo nas mãos dos regimes do assim chamado socialismo real. Tertulian nos  
mostra ainda algumas das razões pelas quais Lukács foi durante sua vida (e até mesmo  
na morte) tão vilipendiado no Leste acusado tanto de revisionismo e dissidência, e no  
Oeste de dogmatismo exacerbado e de conciliação e capitulação em relação ao  
stalinismo.  
Respondendo à questão que tem por título, o livro de Tertulian acaba por  
elaborar um retrato essencial da vida intelectual nos países do Leste submetidos ao  
chamado ‘socialismo real’. As experiências de Tertulian na Romênia oferecem um relato  
de primeira mão sobre a vida nos países do “socialismo real” (dentre os quais a  
*
Mestranda em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Graduada em Direito pela  
Universidade Federal de Minas Gerais. E-mail: gabriella.segantini.souza@gmail.com.  
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Gabriella Segantini  
Romênia é um caso especial e eloquente dos efeitos da deturpação staliniana das  
ideias de Marx), assim como o fazem as experiências de Lukács nos países do Leste  
incluindo a própria União Soviética. Narrando as vexações e perseguições sofridas por  
ele na Romênia e por Lukács na Hungria e na União Soviética, Tertulian mostra a  
situação de intelectuais que buscavam o verdadeiro Marx em meio à maré montante  
do marxismo” oficial uma situação que era, como dizia Lukács, semelhante à dos  
primeiros cristãos de Roma, forçados a viver nas catacumbas.  
A narrativa biográfica de Tertulian nos conta sobre o seu percurso da Romênia  
desde o fascismo de 1938 a 1944, o começo do regime ‘socialista’ romeno até a  
virada nacionalista entre as décadas de 60 e 70 da ditadura de Ceaușescu (1965-  
1989). Durante o período fascista na Romênia, Tertulian, de família judaica em um país  
de fortes tradições antissemitas, foi forçado a usar a estrela amarela e a abandonar  
seus estudos no liceu. Em poucos anos, o pogrom de Iasi (cidade natal de Tertulian)  
levou à morte de mais de 10 mil judeus, condensando “os traços mais sórdidos e  
repugnantes de uma conduta e de uma mentalidade forjadas durante os anos de  
propaganda nacionalista” (Tertulian, 2023, p. 28). Testemunha desses acontecimentos  
brutais, Tertulian conta como ficaria marcado por esses eventos pelo resto da vida,  
nunca tendo deixado de buscar as razões que possibilitaram a barbárie fascista. Trata-  
se inclusive uma das origens da atração do romeno pelo pensamento de Lukács, pois  
viu em Lukács um dos intelectuais europeus que mais se dedicou a compreender e  
elucidar as origens ideológicas do nacional-socialismo e do fascismo de forma geral.  
O fim da ditadura de Ion Antonescu e o começo da instalação no poder do Partido  
Comunista foram recebidos, inicialmente, com alívio por grande parte dos romenos.  
Depois de anos de sofrimento sob o fascismo, a população via o comunismo, que seria  
implementado com a ajuda da URSS, como uma fagulha de esperança e um  
rompimento com o passado fascista. É extremamente evocativa a passagem em que  
Tertulian conta sobre o alívio que ele e o pai sentiram quando, no agosto de 1944,  
viram a retirada dos soldados alemães e a chegada dos soviéticos. Um verdadeiro e  
potente impulso democrático animava os romenos depois de anos de opressão  
fascista, mas logo esse impulso seria confiscado pelo Partido Comunista.  
Embora alguns romenos tenham se alinhado com o comunismo por puro  
oportunismo, grande parte da intelectualidade romena da época via com real  
esperança as ilusões comunistas da época. Como diz Tertulian de forma eloquente “o  
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fato de um ideal emancipador e universal ter sido desviado não retira nada nem da  
força de atração desse ideal nem das motivações daqueles que dentre nós  
sinceramente aderiram à causa da esquerda” (Tertulian, 2023, p. 30), sobretudo  
porque na época não se sabia a extensão do abismo que separava as práticas dos  
regimes do “socialismo real” e os ideais que declaravam serem os seus. Naquela época,  
os romenos desconheciam o gulag, a censura e a natureza repressiva e policial da vida  
sob o stalinismo eram o extremo oposto daquilo que fora propugnado pelo  
marxismo.  
No final da década de 40, Tertulian decidiu se dedicar à causa do proletariado,  
fazendo, segundo ele, a escolha “filosófica e ideológica” de se dedicar ao estudo de  
Marx e seus continuadores entretanto, no plano político, optou por não se engajar  
no Partido ou na Juventude Comunista. Mas foi também nessa mesma época que ia se  
tornando óbvia a pressão do stalinismo sobre os intelectuais romenos, bem como a  
distância crescente entre “as práticas do partido e o espírito da doutrina da qual ele  
usurpou o nome” (Tertulian, 2023, p. 34). Foram sendo cada vez mais endurecidas a  
vigilância e a repressão do partido, a qual se voltara inclusive contra seus próprios  
partidários: militantes, intelectuais e combatentes comunistas que tiveram atuação  
durante a guerra foram perseguidos e reprimidos por divergências mínimas com o  
Partido, ou até mesmo por divergências inexistentes. Tertulian nota ainda o marcado  
antissemitismo das diretivas do Partido quanto aos professores das universidades,  
tomando medidas para melhorar a “composição nacional” do corpo docente,  
substituindo por “arianos puros” aqueles que eram de origem judaica.  
Era dolorosamente evidente como o “espírito vivo do pensamento de Marx, seu  
caráter crítico, desmistificador e emancipador” (Tertulian, 2023, p. 50) foi  
progressivamente abandonado pelo regime romeno da época, afinal, a natureza do  
pensamento marxiano não só era estranha às orientações do Partido romeno, como  
também lhe causava receios de várias ordens. Toda a prática do regime “comunista”  
romeno constituía uma afronta absurda ao pensamento de Marx, que era totalmente  
contrário à censura, à autocracia e ao despotismo do Estado (e ao próprio Estado, na  
verdade).  
À medida que essa dissonância entre as práticas do partido romeno e o  
pensamento marxiano ficava cada vez mais clara, também se tornava mais evidente a  
importância de autores como Lukács para aqueles que, mergulhados nas vulgarizações  
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e distorções do marxismo oficial do Leste, buscavam o ‘verdadeiro Marx’. Nesse  
sentido, Tertulian aponta como seu encontro com a obra de Lukács, que se dedicava  
justamente a esse projeto, não foi de forma alguma fortuito: o jovem intelectual romeno  
encontrou o filósofo húngaro quando buscava um verdadeiro filósofo marxista”  
(Tertulian, 2023, p. 24), aquele que poderia fazê-lo sair da pobreza intelectual que  
caracterizava as interpretações tão triunfalistas quanto simplistas de um pensamento  
que eu imaginava vivo de outra forma” (Tertulian, 2023, p. 24). Foi movido por esse  
desejo que Tertulian encontrou Lukács em 1954, nele conhecendo um Marx diferente  
daquele do “camarada Stálin, das resoluções do camarada Zhdanov ou das brochuras  
do esteta Kamenev” (Tertulian, 2023, p. 24), além de um marxismo que realmente  
propunha um real projeto de emancipação universal, em contraposição àquele  
socialismo realque sufocava o indivíduo sob o aparelho burocrático. Encontrar a  
obra de Lukács na década de 50 teve então sobre Tertulian um efeito que o romeno  
descreve como catártico, enchendo-lhe de entusiasmo.  
Passados alguns anos, quando em 1964 Nicolae Ceaușescu assume o leme do  
regime romeno, convertendo-o em um nacionalismo linha dura que combinava com as  
antigas práticas stalinistas como a glorificação do “ideal comunista” e do Partido.  
Como nota Tertulian, apesar do fato de que o regime se reivindicasse comunista, não  
era possível deixar de notar a clara continuidade entre o regime de Ceaușescu com  
práticas da antiga extrema direita romena nacionalista, tendo em vista o apelo ao  
orgulho nacional e o antissemitismo que marcaram esse período terrível da história  
romena. O “comunismo” de Ceaușescu mostrava-se ainda mais distante do marxismo,  
dado seu desprezo por todo e qualquer tipo de pensamento crítico. Em razão disso,  
qualquer um que buscasse no próprio Marx ou em pensadores verdadeiramente  
marxistas soluções para a prática social romena tornava-se objeto de desconfiança e  
de desprezo dos ideólogos oficiais.  
No período de virada nacionalista, é interessante notar a grande receptividade  
de parte dos intelectuais romenos ao pensamento de Heidegger, apontada por  
Tertulian no capítulo dedicado ao “caldeirão” ideológico romeno. Vivia-se na Romênia,  
na segunda metade do século XX, um clima de nacionalismo exacerbado e de  
proliferação de tendências de restauração, fazendo renascer ideologias conservadoras  
do passado romeno em um contexto de marginalização e rejeição do pensamento  
crítico. Tertulian sublinha a sinergia que havia naquele momento entre o comunismo  
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nacional” romeno e os intelectuais que há tempos nutriam desconfiança em relação ao  
ocidente, de modo que a megalomania nacionalista do regime” (Tertulian, 2023, p.  
195) encontrou ali amplo substrato intelectual. Nesse contexto, o pensamento  
heideggeriano e sua crítica à modernidade ocidental, ao “frenesi da técnica e da razão  
instrumental” (Tertulian, 2023, p. 192) floresceu e certos intelectuais romenos  
passaram a buscar no “culto heideggeriano do Ser a salvação diante das anomalias e  
das malformações da civilização ocidental” (Tertulian, 2023, p. 192).  
Em meio a isso, no pensamento de intelectuais como Theodor Adorno, Jean-Paul  
Sartre e, principalmente, Lukács, Tertulian via um poderoso antídoto contra tanto o  
“marxismo” distorcido do partido, quanto à tendência que se observava de rejeição da  
“análise lúcida das contradições da sociedade” (Tertulian, 2023, p. 191) em prol de  
uma ressurreição das ideologias conservadoras, cuja moeda corrente era a crítica  
romântica da modernidade, com seu cortejo de representações religiosas e místicas”  
(Tertulian, 2023, p. 191). Em razão disso, dedicava-se à divulgação do pensamento  
desses autores na Romênia, tanto por meio de traduções quanto de cursos que  
ministrava na Faculdade de Filosofia da Universidade de Budapeste. Esse projeto de  
divulgação foi recebido com grande satisfação por Lukács, com quem Tertulian  
desenvolveu forte amizade, tendo o autor húngaro expressado em uma carta ao jovem  
romeno seu grande contentamento com a dedicação de Tertulian em divulgar sua obra  
e seu pensamento para o público romeno.  
O fato de Tertulian ter conseguido publicar diversas obras de Lukács na Romênia  
de Ceaușescu pode parecer contraditório, mas, ironicamente, foi possibilitado  
justamente pela própria política do regime romeno. Buscando afirmar o nacionalismo  
e a independência da Romênia em relação à linha da URSS, o regime era marcado por  
certa tolerância na política editorial, a fim de mostrar a aparência de trilhar em um  
caminho distinto dos países do Pacto da Varsóvia, assegurando, assim, sua desejada  
autonomia nacional”, e, o mesmo tempo, não perder o controle absoluto sobre o país,  
por meio de uma “ditadura do mais puro tipo neostaliniano” (Tertulian, 2023, p. 48).  
Todavia, ainda que a obra de Lukács fosse recebida entre os ideólogos oficiais com  
silêncio e desprezo, Tertulian obteve grande sucesso na publicação de várias obras de  
Lukács, como O romance histórico, A teoria do romance, Para uma ontologia do ser  
social e A peculiaridade do estético. Entretanto, não havia como defender um  
pensamento que não só se opusesse ao marxismo stalinista, mas também ao  
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nacionalismo que se expandia, sem sofrer consequências. Foi assim que em 1977  
Tertulian foi ilegalmente expulso da Faculdade de Filosofia de Bucareste. E essa não  
seria a última vez que sofreria com as práticas do regime, sendo que até mesmo depois  
de Tertulian ter deixado definitivamente a Romênia pela França no começo da década  
de 1980, ele se viu alvo das vexações do regime de Ceaușescu (sua esposa e o filhos  
foram impedidos de se juntarem a ele em Paris por mais de um ano).  
Além de se aproveitar da relativa abertura da Romênia para divulgar o  
pensamento de Lukács, Tertulian conseguiu também ter contato pessoal com autores  
que marcariam a história intelectual do século XX, como Theodor Adorno, Martin  
Heidegger, Hans-Georg Gadamer, Herbert Marcuse e Pierre Bourdieu. Nesses  
encontros, Lukács e sua obra estavam sempre presentes nas discussões às vezes  
inclusive para grande incômodo de alguns dos interlocutores de Tertulian, como  
Heidegger (o alemão não conseguiu esconder não só sua aversão a Lukács, mas  
também a Adorno e a todo pensamento dialético) , fornecendo-nos prova da  
controversa recepção da obra de Lukács no Oeste. Para esses encontros, Tertulian  
dedica vários capítulos de Por que Lukács?, nos quais trata de seus contatos pessoais  
com esses os autores e alguns aspectos de suas obras. Contudo, esses capítulos  
servem sobretudo para tratar das relações desses autores com Lukács e das diversas  
discussões e controvérsias relacionadas à obra do filósofo húngaro, esclarecendo  
diversos pontos e equívocos surgidos sobre o seu pensamento. Tertulian argumenta  
que muitas das controvérsias em torno das posições de Lukács decorrem do fato de  
que seus críticos não se preocuparam em se debruçar com profundidade sobre a sua  
obra madura, com destaque para a A peculiaridade do Estético ou Para uma Ontologia  
do ser social, a fim de compreender os fundamentos filosóficos sobre os quais se  
assentavam as considerações do autor húngaro. Em função disso, Tertulian se propõe  
em Por que Lukács? em esclarecer alguns pontos desses debates.  
Tertulian trata, por exemplo, de algumas controvérsias relacionadas a A  
destruição da razão, dadas as críticas contidas na obra a vários autores importantes  
da tradição filosófica alemã. As teses de Lukács em A destruição da Razão foram  
extremamente mal-recebidas por autores como Theodor Adorno e Leszek Kołakowski,  
indispostos com o fato de Lukács relacionar a obra de autores como Schelling,  
Schopenhauer, Kierkegaard, Nietzche, Dilthey, Bergson, ou Scheler a um pensamento  
que, se levado aos extremos, chegaria ao nacional-socialismo. Por exemplo, Adorno  
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escreveu em seu ensaio Erpreßte Versöhnung [Uma reconciliação extorquida] que  
Lukács, o “dialético oficial” teria de forma não dialética agrupado todas as tendências  
irracionalistas da história recente sob a categoria de reação e fascismo, afirmando que  
o que A destruição da Razão marcava era a destruição da razão de Lukács1.  
Até mesmo um autor mais próximo da orientação de Lukács como Ernst Bloch  
expressava reservas em relação a A destruição da razão, eis que fora muito ligado à  
filosofia de Schelling na juventude, e influenciado por Nicolai Hartmann, que era grande  
tributário de Schelling e Schopenhauer. Em uma carta a Lukács, Bloch indagava  
ironicamente se haveria realmente “um caminho que leve diretamente da ‘intuição  
intelectual’ a Hitler?” (Bloch apud Tertulian, 2023, p. 89), pois isso conferiria à “latrina  
hitleriana” um brilho desmerecido2.  
Tertulian traz ainda como o apelo à “razão” que Lukács traz em A destruição da  
razão atraiu muitas críticas que acusavam o filósofo húngaro de ‘logocentrismo’ e  
dogmatismo (isso sem falar naqueles que viram na obra uma homenagem a Stalin…).  
Mas como Tertulian bem nota, diversas dessas críticas e acusações derivavam-se do  
fato de que a razão da qual Lukács trata em A destruição da razão estaria implícita na  
obra, devendo ser buscada em obras como O jovem Hegel, Para uma ontologia do ser  
social e na Estética a fim de compreender os fundamentos ontológicos do que Lukács  
trata por “razão” (algo que diversos de seus críticos não fizeram). O autor romeno  
esclarece que longe de trazer ‘razão’ como o ‘entendimento’ kantiano, sendo que  
“razão” ou “racionalidade” na obra de Lukács possuem fundamento “na coesão ou na  
coerência das categorias, […] em seu encadeamento rigoroso” (Tertulian, 2023, p. 94)  
categorias como Daseinsformen, Existenzbestimmungen [formas de ser,  
determinações de existência], como colocado por Marx e reiterado por Lukács. Como  
esclarece o autor romeno, ao contrário do que vários dos críticos de A destruição da  
razão colocavam, Lukács não era um absolutista da razão, não submetia “o devir do  
real ao tribunal da razão” (Tertulian, 2023, p. 94) — expressão que Tertulian empresta  
1
Am krassesten wohl manifestierte sich in dem Buch ›Die Zerstörung der Vernunft‹ die von Lukács'  
eigener. Höchst undialektisch rechnete darin der approbierte Dialektiker alle irrationalistischen  
Strömungen der neueren Philosophie in einem Aufwaschen der Reaktion und dem Faschismus zu, ohne  
sich viel dabei aufzuhalten, daß in diesen Strömungen, gegenüber dem akademischen Idealismus, der  
Gedanke auch gegen eben jene Verdinglichung von Dasein und Denken sich sträubte, deren Kritik  
Lukács' eigene Sache war. (Adorno, 1973, pp. 153-154)  
2Von der "intellektuellen Anschauung" geht ein gerader Weg zu Hitler? Three cheers for the little  
difference. Und kommt damit nicht ein höchst ungemässes Glänzen an die Fahne, besser in das  
Aborthaua Hitler? (Bloch, E. 1984. pp. 139-140)  
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de Heidegger —, na medida que Lukács ancora a razão em seu “único fundamento  
incontestável: o ser na multiplicidade de suas determinações” (Tertulian, 2023, p. 96).  
Como lembra Tertulian, a questão do romantismo em Lukács também gerou  
muita controvérsia, dado que reconstruindo as origens da ideologia nacional-socialista  
em A destruição da razão, o autor húngaro atribuía ao romantismo e à sua crítica  
regressiva à modernidade papel central. Acerca disso, Tertulian traz importantes  
aspectos da crítica do autor aos românticos, como a crítica lukácsiana uso hipertrófico  
desse nome e as especificidades do romantismo para Lukács, aspectos que são a  
origem de muitas das críticas equivocadas feitas a Lukács. Tertulian aponta como  
Lukács recusa a abordagem que situa o romantismo no conflito entre razão e  
sentimento ou no privilégio da imaginação sobre o entendimento, situando-o de forma  
histórica.  
As posições estéticas lukácsianas costumavam gerar forte desaprovação,  
sobretudo pela sua rejeição das obras de vanguarda, bem como da defesa de Lukács  
do grande realismo clássico. Por exemplo, em 1964, George Steiner escreveu um  
artigo sobre a Estética no qual fala em um suposto isolamento de Lukács com a arte  
moderna, uma crítica que Lukács mesmo contestou, afinal o autor húngaro diversas  
vezes argumentou sobre a permanência do ‘grande realismo’ em vários autores de seu  
tempo. Tratando dessas controvérsias, Tertulian traz como várias das posições  
estéticas de Lukács que tanto atraíram críticas de filósofos e artistas eram muito mais  
nuançadas do que foi atribuído, sugerindo que ao invés de serem indícios de um  
dogmatismo ultrapassado da parte de Lukács, seriam posições fundamentadas em uma  
compreensão da história que possui lógica e coerência.  
É conhecida também a controvérsia entre Lukács e Adorno sobre as vanguardas,  
eis que nelas Lukács via uma forte regressão em relação aos autores realistas do século  
XIX, marcada por uma perda de substância humana, ao passo que o fundador da Escola  
de Frankfurt apreciava enormemente, por exemplo, as inovações de forma do teatro  
de Strindberg em detrimento do teatro de Górki3. Mas como conta Tertulian de uma  
ocasião em que discutiam algumas obras literárias, Lukács se dizia “o menos  
3 Daß Strindberg die bürgerlich-emanzipatorischen Intentionen Ibsens repressiv auf den Kopf stellte, ist  
evident. Andererseits sind seine formalen Innovationen, die Auflösung des dramatischen Realismus und  
die Rekonstruktion traumhafter Erfahrung, objektiv kritisch. Den Übergang der Gesellschaft zum Grauen  
bezeugen sie authentischer als die tapfersten Anklagen Gorkis. (Adorno, 1970, p. 353)  
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lukácsiano de todos os seus discípulos” (Lukács apud. Tertulian, 2023, p. 252),  
importando para ele os critérios do julgamento estético e as questões de princípio,  
isto é, a conexão entre a estrutura estética das obras e a “visão de mundo” que lhes  
subjazem, não tanto suas visões quanto a obras específicas ou autores, as quais estaria  
sempre ponto a mudar.  
Tertulian também trata de uma das principais controvérsias envolvendo Lukács,  
a saber, suas relações com o stalinismo. O autor romeno trata das acusações dos  
muitos críticos de Lukács que denunciavam a obra madura do filósofo húngaro como  
stalinista, algo que marca principalmente os críticos trotskistas de Lukács, que  
pareciam nunca terem conseguido processar as duras críticas lukácsianas à corrente  
fundada por Trotski. Tertulian ilustra suas considerações com as críticas de Isaac  
Deutscher a Lukács, que tratava o período posterior à publicação de História e  
Consciência de Classe como uma renúncia de Lukács de suas posições revolucionárias  
da juventude e uma submissão, ainda que sutilmente, aos “cânones do ‘stalinismo’”  
(Tertulian, 2023, p. 103). O autor da biografia de Trotski via ainda no apreço de Lukács  
à obra de Mann uma evidência da “estética conservadora” de Lukács e seu  
compromisso com os valores burgueses, bem como um alinhamento à linha staliniana  
de conciliação com as forças burguesas, reduzindo-o a “um grande crítico literário  
staliniano” (Tertulian, 2023, p. 103), ignorando completamente como a defesa de  
Lukács do “grande realismo” se opunha diretamente às práticas stalinianas de  
manipulação da arte, bem como a forma como Lukács foi atacado e isolado pelos  
ideólogos soviéticos da política cultural staliniana.  
Tertulian também desafia a tese de Michel Löwy segundo a qual o elogio  
prestado por Lukács ao “realismo hegeliano” na contraposição entre Fichte e Hegel —  
em que o primeiro se mantém confinado nas ilusões jacobinas de seu primeiro período,  
ao passo que o segundo avança em direção à uma “reconciliação com a realidade”, a  
fim de enfrentar a realidade pós-revolucionária da sociedade burguesa, ao invés de  
manter a nostalgia pela restauração da polis grega que marcou seu período de Berna  
indicaria uma reconciliação por parte do autor húngaro em relação à realidade do  
stalinismo, uma conciliação com a prosaica realidade pós-revolucionária (cf. LÖWY,  
1998, pp. 235-236). O filósofo romeno contesta fortemente a ideia desses autores  
segundo a qual o distanciamento de Lukács em relação ao utopismo que marcou  
História e Consciência de Classe e sua assimilação do “realismo hegeliano” não  
significou uma submissão à realidade do Termidor staliniano.  
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Tertulian rechaça ainda a ideia de que O Jovem Hegel seria uma alegoria para o  
caminho de Lukács na Rússia de Stalin, vendo na apologia lukácsiana ao realismo de  
Hegel, isto é, sua reconciliação com o Termidor pós-revolucionário, uma tentativa de  
legitimar o alinhamento de Lukács ao Termidor staliniano. Essa foi a posição defendida  
por Lucien Goldmann, que via no elogio de Lukács ao napoleonismo de Hegel uma  
justificativa implícita da ditadura de Stalin.Tertulian busca mostrar como que, apesar  
do apoio de Lukács em 1926 à via staliniana em detrimento à de Trotsky, um abismo  
separa o pensamento lukácsiano e os esquemas do marxismo stalinista, remarcando  
no que concerne as análises de Hegel feitas por Lukács, Tertulian indaga “qual  
staliniano teria sido capaz de uma reflexão tão fina sobre a ‘tragédia na ética’”  
(Tertulian, 2023, p. 224). O autor de Por que Lukács? nota ainda como durante a  
publicação de O jovem Hegel, Hegel já havia sido anatemizado por Zhdanov por  
supostamente representar a reação da aristocracia contra o espírito da Revolução  
Francesa, representando em sua forma mais pura o stalinismo e sua tendência de  
manipulação da filosofia como instrumento de propaganda manipular. Há de fato  
passagens em O Jovem Hegel com menções positivas a Stalin, como Tertulian não  
pôde deixar de trazer, mas elas devem ser lidas como meras concessões de caráter  
‘protocolar’ ao regime, sendo que uma leitura minimamente atenta da obra de Lukács  
sobre Hegel mostra como ela se situa na antípoda dos dogmas oficiais do stalinismo.  
Tertulian trata ainda sobre o famoso “Caso Naphta”, emblemático da imagem que  
se pintava de Lukács no Ocidente. O “Caso Naphta” refere-se à tese de alguns  
intérpretes segundo a qual Lukács teria servido de modelo para Thomas Mann criar  
Léo Naphta em A montanha mágica, tentando traçar uma relação direta entre as teorias  
de Naphta, que misturavam desde doutrina comunista ao pensamento místico  
medieval. Autores como Yvon Bourdet consideravam que Naphta personificaria uma  
conjunção entre o intelectual comunista de tipo “leninista-staliniano” subserviente aos  
dogmas de seu partido e o fanático medieval, proponente da submissão do  
pensamento à Igreja e aos dogmas religiosos (cf. Bourdet, 1972). Transformando  
Lukács no modelo a partir do qual Mann criou Naphta, fazia-se um retrato de Lukács  
a partir de Naphta, pintando o húngaro como “um protótipo do intelectual sectário,  
fanático, porta-voz por excelência de uma doutrina totalitária” (Tertulian, 2023, p. 76).  
Tertulian considerava que essa aproximação fazia parte da guerra friacontra Lukács  
e seu pensamento, possuindo um caráter ideológico disfarçado, não só se  
transformando Lukács em um símbolo dodescaminho totalitário do pensamento”  
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Os porquês de “Por que Lukács?”  
(Tertulian, 2023, p. 76), mas também totalmente ignorando o humanismo de influência  
hegeliana e marxista que eram fundamentais para o pensamento de Lukács.  
À essa aproximação inclusive o próprio Thomas Mann se opôs duramente quando  
tomou conhecimento do fato de que havia se tornado comum entre seus intérpretes  
ver em Naphta um retrato de Lukács, inclusive porque o escritor alemão possuía  
grande apreço pelo filósofo húngaro. Depois de ler um artigo de Georg Gerster  
defendendo a suposta filiação Naphta-Lukács, Mann teria se irritado a ponto de  
considerar escrever uma réplica, desaprovando de forma absoluta o uso de seu livro  
para pintar tal retrato de Lukács. Contudo, ainda que o próprio Mann desaprovasse a  
ideia de uma filiação entre Lukács e Naphta, essa leitura continuou se proliferando  
enquanto a verdadeira relação entre Mann e Lukács ficou oculta4.  
Ao longo de todo o livro, Tertulian busca se contrapor àqueles que acusavam  
Lukács de conformismo e de capitulação diante dos dogmas do partido, mostrando  
como as últimas obras de Lukács dedicavam-se à uma crítica contínua às distorção e  
simplificação do pensamento marxiano. Por exemplo, as famosas autocríticas de Lukács  
sobre a obra da juventude e seu afastamento em relação a História e Consciência de  
Classe muito exploradas pelos críticos e detratores do húngaro , Tertulian mostra  
que, como o próprio Lukács esclareceu, o filósofo húngaro foi movido por uma  
“necessidade tática” de não se deixar ser acusado pelos partidários do regime oficial  
por seus erros, em uma concessão necessária da parte de um intelectual para que  
pudesse continuar a exercer suas atividades na “longa noite” staliniana e poder  
prosseguir com seu combate dentro do movimento. Entretanto, Lukács também  
afirmou que foi com sinceridade e sem hipocrisia alguma que se afastou das teses  
desenvolvidas na juventude e do que considerava como os maiores erros filosóficos  
ali contidos.  
Não podemos nos esquecer ainda dos impactos da participação de Lukács nos  
eventos de 1956 na Hungria. Além de ter sido preso por sua participação no  
movimento de 56, principalmente em razão de suas conferências e suas intervenções  
no Círculo Petoffi, nas quais Lukács fazia duras críticas ao stalinismo e à desvirtuação  
4 Por exemplo, os textos de Daniel Bell sobre Lukács, que tiveram grande audiência nos Estados Unidos,  
na Inglaterra e na França, tentavam iluminar Lukács a partir de Naphta, no intento de mostrar que a  
“dialética perversa”, o fanatismo, o obscurantismo de Naphta tinham sua origem na fisionomia de Lukács  
(cf. Kadarkay, 1991).  
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ISSN 1981 - 061X v. 28 n. 2, pp. 429-442 - jul-dez, 2023 | 439  
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Gabriella Segantini  
do marxismo pelo partido, Lukács foi vítima de um severo ostracismo intelectual e  
político. Lukács se tornou o símbolo do destino reservado a um pensamento  
autenticamente marxista pela burocracia reinante nos partidos comunistas no poder”  
(Tertulian, 2023, p. 44) e a simples menção ao nome do intelectual húngaro provocava  
comentários virulentos por parte dos ideólogos oficiais, inclusive alguns expressando  
descontentamento em relação ao fato de Lukács não ter sido executado por sua  
participação no movimento húngaro de 56. Lukács havia se tornado a personificação  
do espírito do círculo Petoffi e foi considerado o grande iniciador das contestações  
ideológicas ao partido, de tal modo que se tornou objeto de todo o rancor e medo  
que o levante húngaro havia gerado nos dirigentes partidários do leste europeu.  
Evidência disso é como pela simples associação com Lukács, Tertulian tornou-se  
também alvo da ira que tinham os marxistas stalinianos pelo filósofo húngaro.  
Em virtude dessas tensões com a ideologia reinante no Leste, Lukács foi tachado  
de “dissidente”, assim como os outros (poucos) intelectuais que, como ele, “buscavam  
no pensamento de Marx o fermento da resistência contra o que aparecia como um  
desvio patológico de seu pensamento” (Tertulian, 2023, p. 23). É interessante notar  
que, como bem coloca Tertulian, nenhum desses intelectuais eram realmente  
dissidentes, ao menos não no sentido clássico do termo, vez que não questionavam o  
pensamento de Marx em si, apenas a interpretação que lhe foi dada pelos regimes do  
‘socialismo real’, preconizando a crítica dos esquematismos reducionistas do  
stalinismo e uma reforma radical do pensamento corrente em prol de uma reflexão  
mais profunda e fiel à teoria marxiana.  
Apesar dos vários tormentos que afetaram sua vida, desde a prisão e exílio até  
o ostracismo acadêmico, mencionados aqui apenas en passant, podemos dizer que,  
parafraseando o filósofo húngaro, Lukács sempre viveu sob a recusa de continuar a  
contribuir com sua própria alienação, ainda que isso significasse para ele um fim  
trágico. Como escreveu Lukács, citando Lutero, a József Révai, seu ex-discípulo que se  
tornou seu promotor no caso Lukács”, “Hier steh ich, ich kann nicht anders” [Aqui  
estou eu. Não posso agir de outra maneira] (Lukács apud Tertulian, 2023, p. 325).  
Fato é que, como Tertulian aponta, nos vários textos de Lukács publicados depois  
de 56 (data do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética e do Relatório  
Kruschev) era marcante como o autor húngaro expressava a necessidade  
imprescindível para uma regeneração do socialismo de um acerto de contas  
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Os porquês de “Por que Lukács?”  
intransigente com o stalinismo, projeto ao qual Lukács dedicou os últimos dez anos  
de sua vida. Lukács “estava convencido de que, sem tal esclarecimento destinado a  
especificar as categorias que estruturaram esse pensamento, a esquerda se encontraria  
desarmada nos grandes confrontos ideológicos da época” (Tertulian, 2023, p. 322). A  
Ontologia e a Estética são produtos desse projeto lukácsiano, inspirado pela convicção  
de que o pensamento marxiano não se confinava na economia ou em uma teoria da  
sociedade, possuindo uma vocação universal. Esses textos são marcados pelo  
rompimento de Lukács com o marxismo stalinista e seus esquemas deterministas e  
teleológicos, no que Tertulian se refere por um “retorno à grande tradição do  
pensamento especulativo” (Tertulian, 2023, p. 55).  
A renovada interpretação de Marx de Lukács traz o gênero humano em sua  
historicidade e em sua universalidade como único sujeito da história, desmitologizando  
o proletariado como o sujeito-objeto idêntico da história trazido em História e  
Consciência de Classe e indo contra o sectarismo do marxismo oficial de sua época.  
Tertulian nota ainda como o “último Lukács” tampouco não hesitou em buscar  
contribuições a seu pensamento nos trabalhos de intelectuais não marxistas, como  
Nicolai Hartmann, Arnold Gehler, Werner Jaeger, Charles Wright Mills, David Riesman,  
William H. Whyte e John Galbraith, indo em sentido oposto à arrogante (e suposta)  
autossuficiência do pensamento stalinista e zhdanovista.  
Por exemplo, ainda que não poupasse críticas ao pensamento de Hartmann5,  
Lukács amparou-se no antiteleologismo de Hartmann na busca de desmistificar o  
necessitarismo e providencialismo do marxismo oficial, que tomava o socialismo não  
como uma possibilidade, mas como momento inevitável da história humana, além de  
combater o monolitismo staliniano, que assumia a via soviética como absoluta. Assim,  
com Lukács, Tertulian afirma que o marxismo do século XX deixa de ser uma “simples  
ideologia de legitimação, destinada a justificar a política dos partidos no poder”  
(Tertulian, 2023, p. 59) para se afirmar como “uma ontologia crítica, chamada a  
interrogar as relações complexas entre a economia, direito, política e ética, o estatuto  
da ideologia, a dialética da alienação e da desalienação” (Tertulian, 2023, p. 60).  
Assim, em Por que Lukács? e, em verdade de todo o trabalho fundamental  
desenvolvido por Nicolas Tertulian de trazer o pensamento de Lukács das sombras em  
5 Ver o capítulo II do volume I Para uma Ontologia do ser social.  
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que foi jogado por seus críticos e detratores, a fim de mostrar Lukács em sua  
verdadeira feição intelectual temos um livro importante para aqueles que desejam  
conhecer a obra de Lukács sem os preconceitos que circundam a obra do autor  
húngaro.  
Referências bibliográficas  
ADORNO, T. “Erpreßte Versöhnung”. In. Notes zur Literatur 2. Frankfurt am Main:  
Editora Suhkamp, 1973  
ADORNO, T. Ästhetische Theorie. Frankfurt am Main: Editora Suhkamp, 1970  
BLOCH, E. & LUKÁCS, G. Ernst Bloch und Georg Lukács: Dokumenten zum 100.  
Gerburtstag. Budapeste: Archivum Lukács, 1984  
BOURDET, Y. Figures de Lukács. Paris: Éditions Anthropos, 1972  
KADARKAY, A. Georg Lukács: life, thought and politics. Cambridge, Oxford: Editora  
Basil Blackwell, 1991  
KOLAKOWSKI, L. Main currents of marxism: its origins, growth and dissolution. Volume  
III: The Breakdown. Oxford: Clarendon Press, 1978  
LÖWY, M. A Evolução política de Lukács (1909-1929). São Paulo: Editora Cortez, 1998  
LUKÁCS, G. Para uma ontologia do ser social. Volume I. São Paulo: Editora Boitempo,  
2012  
TERTULIAN, N. Por que Lukács? São Paulo: Editora Boitempo, 2023  
Como citar:  
SEGANTINI, Gabriella. Os porquês de “Por que Lukács?”, Verinotio, Rio das Ostras, v.  
28, n. 2, pp. 429-442; jul-dez, 2023.  
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