Lukács-Anders: uma correspondência
Verinotio NOVA FASE ISSN 1981 - 061X v. 27 n. 2, pp. 317-342 - mar. 2022 | 333
geral que assiná-lo não significa que você está aderindo a um determinado programa
político. Penso que é natural, no entanto, que cada um possa apresentar a sua própria
proposta de alteração e também que cada um tenha o direito de protestar
individualmente, embora gostaria de salientar que a apresentação em conjunto tem
um maior efeito. Por favor, envie-me um telegrama se quiser participar da campanha,
informando os nomes das pessoas que o comunicaram sobre sua decisão de participar.
Peço também que persuada a imprensa de seu país, se possível, a publicar o panfleto
de protesto. Em seguida, enviarei os nomes de todos aqueles que aderiram à
campanha aos referidos órgãos de imprensa.
Com os melhores cumprimentos,
Seu, Georg Lukács.
P.S.: Você poderia me ajudar passando o endereço de Havemann, caso o
conheça?
9 de dezembro de 1970
Günther Anders, 1090 Viena, Lackiererg. 1/5
Caro Georg Lukács,
Obrigado pelo pedido. Já lhe disse por telegrama que pode ter o meu nome à
sua disposição. Imediatamente tentei entrar em contato com várias personalidades,
mas até agora só consegui encontrar uma: o Prof. Friedrich Heer, do Burgtheater de
Viena, que imediatamente disponibilizou seu nome. Com algumas personalidades,
tenho dúvidas se devo perguntar a elas, pois certas coisas no cenário político mudaram
aqui. – Chamei imediatamente a
Forvm
, não só para ganhar Nenning como signatário,
mas também sua revista, para fins de publicação do texto. Ainda não consegui falar
com Nenning pessoalmente, mas espero um telefonema dele hoje ou amanhã. Em todo
caso, seria bom ter uma lista dos que já assinaram, porque em ocasiões semelhantes
a experiência é que, como reação inicial, normalmente digam: “Quem já assinou?”.
Você me informa que ainda podem ser sugeridas pequenas mudanças no texto.
Tenho uma sugestão a fazer. Parece-me que a palavra “medo”, que já aparece na
terceira linha, tem um tom psicológico um tanto privado; eu falaria de “profunda
preocupação” em vez de “medo”. Mas esta proposta não é imperiosa.
Para voltar a um dos pontos mencionados acima: me parece que o texto só