Marx e a crítica ao assim chamado “método” dos juristas analíticos
<[>A superficialidade de sua crítica, escondida sob uma fraseologia
parcialmente boa, começa a se desdobrar na seguinte frase:<]> <<É
a sua história (da comunidade), toda a soma de seus antecedentes
históricos, que determina em cada comunidade como o soberano deve
exercer, ou deixar de exercer, seu irresistível poder coercitivo>> (360
<: 322>); Mas toda essa história é reduzida no Maine, como ele diz,
a <<elementos morais>>, já que, seja como jurista ou como ideólogo,
ele imediatamente continua assim: <<Os juristas analíticos não levam
em conta todos esses elementos: o enorme amontoado de opiniões,
sentimentos, crenças, superstições e preconceitos de toda espécie,
hereditários ou adquiridos, alguns provenientes de instituições, outros
da própria natureza humana; Parece que, dentro das restrições
contidas na sua definição de soberania, a rainha e o parlamento do
nosso país poderiam ordenar que todas as crianças fracas fossem
condenadas à morte ou estabelecer um sistema de lettres de cachet
(ordens secretas). (360 <: 322>). [Como os ingleses acabaram de
estabelecer através de sua coercion bill <lei de repressão> na Irlanda;
anotado em junho de 1881.] [Um bom exemplo é o meio louco Ivan
IV. Quando ele se enfurece contra os boiardos e também contra a
plebe de Moscou, ele tenta – e tem que fazê-lo – apresentar-se como
um defensor dos interesses do campesinato.] (MARX, 1988, p. 290 –
tradução livre, grifos nossos)16
Logo, a crítica de Maine se resume ao fato de que os juristas analíticos deveriam
considerar, em sua noção de soberania, “o enorme amontoado de opiniões,
sentimentos, crenças, superstições e preconceitos de toda espécie, hereditários ou
16
<[>La superficialidad de su critica, oculta bajo una fraseología en parte biensonante, comienza a
desplegarse en la siguiente frase:<]> <<Es su historia (de la comunidad), la suma entera de sus
antecedentes históricos, la que determina en cada comunidad cómo tiene que ejercer el soberano, o
dejar de ejercer, su irresistible poder coercitivo>> (360 <: 322>); pero toda esta historia se reduce en
Maine, como dice, a <<elementos morales., toda vez que, sea como jurista o como ideólogo, continúa
acto seguido así: <<Los juristas analíticos no tienen nada en cuenta todos estos elementos: el enorme
montón de opiniones, de sentimientos, de creencias, de supersticiones y de prejuicios de toda especie,
hereditarios o adquiridos, procedentes unos de las instituciones, otros de la misma naturaleza humana;
de suene que, ateniéndonos a las restricciones contenidas en su definición de la soberanía, la reina y el
parlamento de nuestro país podrían ordenar que se diera muerte a todos los niños débiles o establecer
un sistema de lettres de cachet <órdenes secretas>. (360 <: 322>). [Como los ingleses acaban de
establecer por su coerción bill <ley de represión> en Irlanda; anotado en junio de 1881.] [Buen ejemplo
el medio loco lván IV. Cuando <se pone> furioso contra los boyardos, y también contra la plebe
moscovita, intenta —y tiene que hacerlo— presentarse como defensor de los intereses del
campesinado.] (MARX, 1988, p. 290)
Seine flache Kritik,89 die er unter zum Theil richtig klingender Phraseologie verbirgt, windet sich ab
erstens in folgender Phrase: “It is its history (des Gemeinwesens), the entire mass of its historical
antecedents, which in each community determines how the Sovereign shall exercise or forbear from
exercising his irresistible coercive power,” (p. 360) aber diese ganze Geschichte löst sich bei Maine in
so called “moral elements” auf, denn er fährt wieder, als either Jurist od. Ideolog unmittelbar fort: “All
that constitutes this - the whole enormous aggregate of opinions, sentiments, beliefs, superstitions, and
prejudices of all kinds, hereditary and acquired, some produced by institutions and some by the
constitution of human nature - is rejected by the Analytical Jurists. And thus it is that, so far as the
restrictions contained in their definition of Sovereignty are concerned, the Queen and Parliament of our
own country might direct all weakly children to be put (to) death or establish a system of lettres de
cachet” (p. 360) (such as the English now have established by their coercion bill in Irld. Dies geschrieben
Juni 1881)92 [Gutes Beispiel d. halb verrückte Iwan IV. Whd wüthend gegen Bojaren u. auch gegen
rabble in Moskau, sucht er, u. muss er, sich halten als Vertreter d. Bauerninteressen.] (MARX, 1974, p.
330)
Verinotio
ISSN 1981 - 061X v. 29 n. 2, pp. 68-102 – jul.-dez., 2024 | 83
nova fase