Juízo em política: respostas à insegurança internacional a partir de Hannah Arendt e Immanuel Kant
Resumo
Meu artigo compara algumas das principais questões da abordagem de Hannah Arendt e de Immanuel Kant sobre insegurança internacional, revisitando a leitura controvertida que ela realizou dos §§ 40-41 de A crítica da faculdade de julgar . O artigo, ao examinar atentamente as intuições paralelas dos dois autores a respeito da insegurança inerente ao nível supranacional da política, chamado por Arendt de “o mundo” e por Kant de “comunidade cosmopolita da humanidade”, defende a tese de Arendt sobre a alta relevância política da teoria do juízo, baseada naquilo que Kant classificou de sensus communis em sua estética. Kant sustentou que a estabilidade política, nas comunidades políticas nacionais, é parte, parcela do surgimento vindouro de um estado de direito universal em escala global, enquanto Arendt demonstrou, de modo convincente, que o totalitarismo (a experiência formativa de seu pensamento sobre a coexistência humana, qualquer que seja) é uma forma de governo completamente nova e sem precedentes, que difere substancialmente de qualquer outra. Ela também assinalou que essa diferença qualitativa não cria um mundo diferente. A vulnerabilidade elevada de outras formas de governo mais tradicionais se deve ao advento da política totalitária exatamente em função dessa unidade no mundo humano.
Palavras-chave: Hannah Arendt; Immanuel Kant; juízo; despotismo; desinteresse; mundo compartilhado.
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