A individualidade moderna nos grundrisse

  • Antônio José Lopes Alves

Resumo

No presente artigo se pretende delimitar e explicitar com o máximo rigor possível as determinações essenciais que definem a figura da moderna individualidade do capital a partir dos elementos existentes no texto dos Grundrisse de Karl Marx. Há que destacar o fato apontado por Marx de que, o processo de dupla dissolução de nexos que funda o mundo moderno (separação do indivíduo de seus meios de produzir e da comunidade a que antes pertencia) se constitui numa verdadeira reconversão ontológica, tanto dos indivíduos quanto das condições da atividade vital. Ocorre uma radical transformação na forma de ser de ambos. Os indivíduos não se definirão mais pela sua subsunção imediata ao conjunto societário, serão dados tomados como entes por princípio livres de quaisquer liames ou coações outras que aqueles determinados pela sua existência de indivíduos livres. No caso, do trabalhador, agora a coação não é mais a do trabalho forçado, mas sua existência de não-proprietário. Já as condições objetivas da atividade se tornam coisas independentes dos próprios indivíduos tomam uma forma autônoma frente a eles. Esta dúplice reconfiguração ontológica terá, como o veremos mais à frente, amplas e decisivas conseqüências tanto para a forma de ser dos indivíduos e de sua atividade, quanto para as relações que estes mantêm para com esta.

Palavras-chave: Capital – Individualidade – Sociabilidade – Crítica da Economia Política

Biografia do Autor

Antônio José Lopes Alves

Mestre em Filosofia pela UFMG. Professor de Filosofia do COLTEC-UFMG. Integrante do Grupo de Pesquisa: Marxologia, Filosofia e Estudos Confluentes.

Publicado
2018-03-19
Seção
Artigos fluxo contínuo