Do genocídio nazista à escalada contrarrevolucionária da guerra fria
o Bloco Anti-Bolchevique de Nações (ABN) e a Liga Mundial Anticomunista (WACL)
Resumo
Partindo da contrarrevolução nazifascista da década de 1920, o artigo sistematiza a formação do Bloco Anti-Bolchevique de Nações (ABN) por meio de seus principais líderes e organizações ultranacionalistas de extrema-direita, especialmente os grupos anticomunistas do Leste Europeu que, na II Guerra Mundial, perpetraram, em aliança com o estado nazista, verdadeiro crime de genocídio contra dissidentes políticos, etnias e populações civis. São abordados Yaroslav Stetsko e sua Organização de Nacionalistas Ucranianos (OUN/B), a milícia ustashi e o poglavnik Ante Pavelic (respectivamente, a “SS” e o Führer croatas), bem como os católicos “fascistas” da Guarda de Ferro romena. O ABN, fundado entre 1943-6 com
auxílio dos estados estadunidense, britânico e alemão ocidental, interessados nas operações encobertas antissoviéticas, ajudou a criar, em 1966, a Liga Mundial Anticomunista (WACL), ao lado de seu eixo fundador oriental, a Liga Anticomunista dos Povos Asiáticos (APACL), sobressaindo a conexão repressiva Stetsko-Chiang Kai-shek. “Esquentando” a détente da guerra fria, situa-se a WACL como veículo de globalização efetiva da contrarrevolução anticomunista. Em alguns de seus “capítulos” nacionais, destaca-se a presença do ABN, particularmente no estadunidense e, via Confederación Anticomunista Latinoamericana (CAL), naqueles auxiliados pelas respectivas ditaduras militares (que atuaram conjuntamente com tais
organizações transnacionais anticomunistas no Plano Condor), quais sejam, o capítulo paraguaio e o brasileiro.
Palavras-chave: anticomunismo; Bloco Anti-Bolchevique de Nações (ABN); Liga Mundial Anticomunista (WACL).
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