Pensamento social da modernidade e ontologia materialista

  • Ricardo Lara

Resumo

A construção do pensamento social é resultado de transformações sócio-históricas. Nos séculos XVIII e XIX, surgem astutos pensadores, que edificam o pensamento social da modernidade. O presente ensaio teórico tem como objetivo apontar elementos introdutórios de uma concepção de mundo em que o pensamento social tem como principal preocupação a análise da realidade social, que necessita ser compreendida para ser transformada. Os procedimentos investigativos no processo de elaboração do saber não são determinados a partir de pontos de vista gnosiológicos ou metodológicos, e menos ainda lógicos, mas a partir da própria coisa, ou seja, da essência ontológica da matéria tratada. Pretendemos realizar um breve diálogo com Kant, Hegel, Feuerbach e Marx e, principalmente, abordar elementos essenciais da ontologia materialista dialética, que se preocupa com a crítica genuína do mundo dos homens. Marx, ao estudar e remeter à crítica o pensamento social da modernidade, constrói uma intelecção de mundo que emerge da realidade social, que investiga a conexão íntima das contradições sociais do movimento real. A edificação teórica marxiana não é um artifício gnosiológico. Sua fundamentação busca luz na própria atividade sensível do homem, nas formas de ser e existir do ser social. Para Marx o sujeito e o objeto não são distinguidos como simples exterioridades: eles são indeterminados sujeitos e objetos na construção do conhecimento. Os sujeitos são os homens ativos diante dos objetos; os objetos são as atividades sensíveis dos sujeitos. Nesse caso, a subjetividade e a objetividade são produtos da autoconstrução humana, ou seja, da prática social humana.

Palavras-chave: Modernidade; Pensamento Social; Conhecimento Científico.

Biografia do Autor

Ricardo Lara

Doutor em serviço social pela Unesp/Franca. Professor-adjunto do curso de serviço social da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Publicado
2018-03-25
Seção
Artigos fluxo contínuo